segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Prêmios Literários da Biblioteca Nacional


Estão abertas as inscrições para o Prêmio Literário Fundação Biblioteca Nacional 2013.

Até o dia 5 de novembro, escritores, tradutores e designers gráficos podem concorrer com obras de acordo com a sua categoria, divididas em nove opções: Poesia, Romance, Conto, Ensaio Literário, Ensaio Social, Tradução, Projeto Gráfico e Literatura Infantil e Literatura Juvenil.

Para concorrer, o livro deve ser inédito (1ª edição), publicado em português e no Brasil entre 1º de setembro de 2012 e 31 de agosto de 2013. É obrigatório estar em dia com a Lei do Depósito Legal (Lei nº 10.994, de 14 de dezembro de 2004) e possuir número de ISBN (International Standard Book Number). A inscrição é gratuita.

Para realizar as inscrições, os interessados devem preencher o formulário de inscrição que está disponível no portal da BN; encaminhar 4 (quatro) cópias da obra para avaliação da Comissão Julgadora, acompanhados do formulário de inscrição para o endereço: Prêmio Literário 2013 - Fundação Biblioteca Nacional - Rua da Imprensa, 16 – 15º andar – Centro. CEP: 20030-120 – Rio de Janeiro – RJ.

Serão aceitas inscrições postadas até o dia 4 de novembro de 2013, valendo como comprovante de envio a data de postagem que consta no carimbo da agência expedidora.

O prêmio, realizado desde 1997 pela Fundação Biblioteca Nacional, é uma forma de reconhecer e apoiar não apenas os melhores livros brasileiros, mas sim aqueles que motivam e engrandecem a literatura nacional. Além das placas comemorativas, cada categoria premia a obra vencedora em RS 12.500,00 (doze mil e quinhentos reais).

Em caso de dúvidas, as mesmas deverão ser encaminhadas ao endereço de e-mail: premioliterario2013@bn.br, ou através do telefone (21) 3257-0756.

Descrição das Categorias

Romance: Narrativa ficcional longa.
Conto: Narrativa ficcional curta.
Poesia: Expressão textual lírica que utiliza efeitos linguísticos sonoros, rítmicos e harmônicos, escritos em prosa ou verso. Atividade criativa da linguagem, com base em recursos sintáticos, vocabulares e gramaticais.
Ensaio literário: Textos que apresentam ideias e reflexões a respeito de teoria, interpretação e crítica literária.
Ensaio social: Textos que apresentam ideias e reflexões a respeito de um tema, como História, Filosofia, Ciências Sociais, Política, Sociologia, Antropologia e obras de divulgação científica.
Tradução: Obras literárias (romance, conto, poesia, crônicas) traduzidas de outros idiomas para o português do Brasil.
Projeto gráfico: Conjunto da criação e disposição de elementos gráficos e textuais no livro – capa, tipologia, arte, fotos, imagens, cores, formas, texto, diagramação, papel e impressão.
Literatura Infantil: Obras de conteúdo ficcional, podendo ou não conter elementos de não-ficção, que abordam temas e assuntos destinados ao público infantil.

Literatura Juvenil: Obras de conteúdo ficcional, podendo ou não conter elementos de não-ficção, que abordam temas e assuntos destinados ao público juvenil.


Fonte: Fundação Biblioteca Nacional.

A tríade da literatura brasileira: Grande sertão: veredas, Machado de Assis e Dalton Trevisan.

Ao longo de três semanas, com o objetivo de fazer um levantamento sobre o que de melhor a literatura brasileira produziu e tem produzido ao longo da história, nos campos da poesia e da ficção, o Estado de Minas entrou em contato com 50 intelectuais de vários estados e instituições ligadas à literatura, como universidades, revistas especializadas, cadernos de cultura de grandes jornais, centros de pesquisa e projetos literários e de incentivo à leitura. A eles foi pedido que indicassem, de acordo com suas preferências: a) os cinco melhores escritores vivos da literatura brasileira; b) os cinco melhores escritores da literatura brasileira de todos os tempos; c) os cinco melhores livros da literatura brasileira, ficção e poesia, de todos os tempos. 

Como critério, optou-se por evitar o convite a escritores, candidatos naturais, para participar da pesquisa. Em alguns casos, como no campo das letras muitas vezes os ofícios se sobrepõem, alguns ensaístas, professores e jornalistas que participaram da escolha são também autores de obras de ficção e poesia, mas sempre com nítida primazia da atividade crítica ou de pesquisa sobre a da literatura de invenção. 

• Enquete: quem é o maior escritor brasileiro de todos os tempos?

O resultado, como todas as listas da mesma natureza, por um lado consagra o cânone, por outro revela interessantes surpresas, que mostram a dinâmica que perpassa o setor cultural. Mesmo as mais consagradas escolhas carregam a marca do seu tempo. Além disso, o resultado, como se vai conferir nesta edição, acaba por constituir um repertório variado, que vale por um projeto de leitura para quem busca conhecer a literatura brasileira. 

• Qual é o melhor livro da literatura nacional? Dê a sua opinião! 

Ao analisar os resultados da enquete, Letícia Malard, professora emérita de literatura da UFMG, aponta para três tendências. A primeira seria a de dar prioridade à prosa, uma vez que, dentre os cinco melhores escritores vivos, consta um poeta apenas, o maranhense Ferreira Gullar. A segunda tendência apontada pela especialista foi a de os jurados prestigiarem, nos primeiros cinco lugares, autores vivos muito idosos: o mais novo, o amazonense Milton Hatoum, tem 60 anos, os outros estão com mais de 80. E a terceira observação apontada por ela diz respeito ao fato de parte dos jurados não incluírem escritores vivos nem livros deles entre os melhores de todos os tempos, apesar da grande vitalidade e de nomes de primeira categoria na literatura brasileira atual. 

• Ajude a escolher o maior escritor vivo do Brasil: vote! 

Para o professor de literatura, romancista e crítico literário Silviano Santiago, que não participou da pesquisa mas teve seu nome citado entre os melhores da literatura brasileira contemporânea, não há como questionar esse tipo de lista, como não se questiona, no regime democrático, a vitória de político por sufrágio universal. “Poderia dizer, no entanto, que talvez tenha faltado paixão amorosa para colocar entre os melhores da literatura brasileira de todos os tempos nomes com o Mário e Oswald de Andrade, ao lado de José de Alencar. Talvez tivesse sido melhor substituir um segundo Graciliano, de Vidas secas, pelo comovente poema dramático 'Morte e vida severina', de João Cabral de Melo Neto”, diz. 

Ainda de acordo com Santiago, talvez, se lembrado “o fervor à sustança clássica no pós-modernismo”, Autran Dourado tivesse sido eleito, e é provável que também tenha faltado “a grita da arraia-miúda nacional” para conduzir Lima Barreto ou Cruz e Sousa ao pódio. “Talvez tenha pesado preconceito de gênero, para não se levar em conta um João do Rio ou Hilda Hilst, entre outros. A unaminidade pensa a literatura de modo inconsciente, simpático e feliz”, avalia.

Bruxo e vampiro
Os escolhidos pela maioria de votos nas três categorias – melhor escritor brasileiro, melhor livro de todos os tempos e melhor escritor brasileiro vivo – consagram respectivamente Machado de Assis; 'Grande sertão: veredas', de Guimarães Rosa; e Dalton Trevisan. É um conjunto aparentemente heterogêneo, que vai de um escritor elegantemente clássico a um autor que se caracteriza pela secura extrema, passando pela obra mítica e barroca do escritor mineiro. De um século ao outro, não é exagero dizer que a centralidade da linguagem em Machado prenuncia o modernismo de Rosa.

Há um fio que foi puxado pelo próprio Dalton ao receber, no ano passado, o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. O Vampiro de Curitiba escreveu em carta à direção da casa, referindo-se a Machado de Assis: “Ele nos incitou, o grande bruxo, no prazer secreto da leitura”. Rosa, de certa forma, foi um testemunho silencioso nessa conversa entre o vampiro e o bruxo. Conhecedor das manhas do diabo, ele sabia que o sentido não estava no passado nem se esgotaria no futuro. Na literatura, como na vida, o que há é travessia.

Melhores livros da literatura brasileira
l 'Grande sertão: veredas'
Guimarães Rosa, 1956
l 'Memórias póstumas de Brás Cubas'
Machado de Assis, 1880
l 'Dom Casmurro'
Machado de Assis, 1899
l 'Vidas secas'
Graciliano Ramos, 1938
l 'São Bernardo'
Graciliano Ramos, 1934

Melhores escritores brasileiros de todos os tempos

l Machado de Assis (1839-1908)
l Guimarães Rosa (1908-1967)
l Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
l Graciliano Ramos (1892-1953)
l Clarice Lispector (1920-1977)

Melhores escritores brasileiros vivos

l Dalton Trevisan (1925)
l Ferreira Gullar (1930)
l Lygia Fagundes Telles (1923)
l Milton Hatoum (1952)
l Rubem Fonseca (1925)

Fonte: Enquete

Dica de leitura: Guimarães Rosa y su Declaración de Bogotá

“Páramo” es un relato de João Guimarães Rosa, cuyo escenario es la Bogotá de los años 40, que narra la experiencia de soroche y melancolía de un diplomático brasileño. El autor vivió entre los años 1942 y 1944 en la ciudad, regresó como representante de su país a la IX Conferencia Panamericana y presenció la revuelta de los días de abril de 1948. El presente artículo busca vestigios de ese contacto, postula una lectura del texto como remontaje de la historia y estudia algunos problemas relacionados con los protocolos de lectura generalmente asociados a la escritura rosiana. [Tradução do prof. Sílvio Holanda: “Páramo” é um relato de João Guimarães Rosa, cujo cenário é a Bogotá dos anos 1940, que narra a experiência de “soroche” [doença de altitude] e melancolia de um diplomata brasileiro. O autor viveu entre os anos de 1942 e 1944 na cidade, retornou como representante de seu país para a IX Conferência Pan-Americana e presenciou a revolta do dia de abril de 1948. O presente artigo busca vestígios desse contato, postula uma leitura do texto como remontagem da história e estuda alguns problemas relacionados com osprotocolos de leitura geralmente associados à escritura rosiana.]