terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Adorno, Arendt, Benjamin e Habermas – 37 obras para download



Theodor Adorno, Hannah Arendt, Walter Benjamin e Jürgen Habermas

Google Drive:


uTorrent (clique em “Get This Torrent”):


Caso o site acima não esteja acessando, clique nesta pasta onde encontra-se todos os torrents:


ADORNO, T. Anotações sobre Kafka in Prismas – crítica cultural e sociedade
ADORNO, T. As Estrelas Descem a Terra
ADORNO, T. Conceito de Esclarecimento
ADORNO, T. Dialética negativa
ADORNO, T. Educação e emancipação
ADORNO, T. Indústria Cultural e Sociedade
ADORNO, T. Introdução à Sociologia da Música
ADORNO, T. Mínima moralia
ADORNO, T. Notas de Literatura I
ADORNO, T. Teoria estética
ADORNO, T. Textos escolhidos – Os pensadores

ARENDT, Hannah. A Condição Humana
ARENDT, Hannah. Da Violência
ARENDT, Hannah. Los origenes del totalitarismo (em espanhol)
ARENDT, Hannah. O que é política?
ARENDT, Hannah. O significado em revolução. In ‘Sobre a revolução’
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo
ARENDT, Hannah. Reflexões sobre little rock

BENJAMIM, W. A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica
BENJAMIN, W. A Modernidade e os Modernos
BENJAMIN, W. Diário de Moscou
BENJAMIN, W. Discursos interrumpidos I – Filosofía del arte y de la historia
BENJAMIN, W. Documentos de cultura, documentos de barbárie
BENJAMIN, W. Ensaios Reunidos – Escritos Sobre Goethe
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política
BENJAMIN, W. O Iluminismo visionário
BENJAMIN, W. Obras Escolhidas, Vol. 1 – Magia e Técnica, Arte e Política
BENJAMIN, W. Obras Escolhidas, Vol. 2 – Rua de Mão Única

HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 1
HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 2
HABERMAS, J. O Discurso Filosófico da Modernidade
HABERMAS, J. On the Logic of the Social Sciences
HABERMAS, J. Para a reconstrução do materialismo histórico
HABERMAS, J. Pensamento Pós-Metafísico – Estudos Filosóficos
HABERMAS, J. Técnica e Ciência Como Ideologia
HABERMAS, J. Verdade e Justificação – Ensaios Filosóficos
HABERMAS, J; RAWLS, J. Debate Sobre el Liberalismo Político

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Baixe 300 livros de humanas gratuitamente

Através do projeto “SciELO Livros”, as Editoras da Fio Cruz (Fundação Oswaldo Cruz), UFBA (Uni­versidade Federal da Bahia), Unesp (Universidade Es­tadual Paulista), e Fapesp (Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo) liberaram 300 livros, científicos e técnicos, para download.

Entre os formatos disponíveis para a leitura estão o ePUB e o PDF e podem ser baixados, na íntegra – de graça – neste link.

Entre as obras estão “Agonia da Fome”, ”Cultura letrada: literatura e leitura”, ”Enterrado vivo: identidade punk e território em Londrina”, ”Jovens, violência e escola: um desafio contemporâneo” e ”A trajetória da democracia socialista: da fundação ao PT”.

Boa leitura.

Fonte: Catraca

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Diplomatas que puseram sua vida e carreira em risco para seguir a consciência




EM HAMBURGO Aracy, mulher de Guimarães Rosa, auxiliou judeus a fugir da Alemanha nazista (Foto: Acervo família Tess)

Reportagem de Nathalia Watkins, publicada em edição impressa deVEJA

O BEM QUE FAZ O FATOR HUMANO


Eduardo Saboia junta seu nome ao de admiráveis diplomatas que puseram sua vida e carreira em risco, desobedecendo ao governo para seguir o que sua consciência ditava



“Um diplomata é um sonhador e eu jamais poderia, por isso, ser um político que vai praticando atos irracionais. Talvez eu seja um político, mas desses que só jogam xadrez quando podem fazê-lo a favor do homem. O político pensa em minutos. Eu penso na ressurreição do homem”, disse João Guimarães Rosa, o autor de Grande Sertão: Veredas, livro que a presidente Dilma Rousseff está sempre relendo e cujas passagens mais marcantes ela sabe de cor.

Rosa, morto em 1967, serviu como cônsul adjunto do Brasil em Hamburgo de 1938 a 1942, o auge do poder nazista na Alemanha. A experiência nesse período deu-lhe a medida exata da missão humanitária da diplomacia.

O escritor e a chefe da seção de passaportes do consulado, Aracy Moebius de Carvalho, com quem se casaria, contrariaram o governo brasileiro e ajudaram incontáveis famílias de judeus a escapar da morte nos campos de concentração de Adolf Hitler. Aracy morreu em 2011, aos 102 anos, deixando uma lição de independência que faz dela talvez a brasileira universalmente mais respeitada e admirada.

Aracy desafiava a obrigatoriedade de marcar com “J” os passaportes dos judeus. Ela ludibriava o cônsul juntando as autorizações de visto com o resto da papelada que o cônsul deveria assinar.

Guimarães Rosa tomou conhecimento do esquema e a apoiou. Abrigou judeus em sua casa, transportou outros para países vizinhos escondidos no carro consular e cuidou de seus pertences, que, de outra forma, seriam confiscados pelos nazistas. Aracy e Guimarães Rosa foram investigados pelas autoridades do Brasil e da Alemanha.

O governo Getúlio Vargas tinha simpatia pelo fascismo e era antissemita. A máquina diplomática seguia à risca os desejos do dono do poder na era Vargas. Em junho de 1937 o Ministério de Relações Exteriores emitiu uma resolução secreta que restringia a entrada de “semitas” no país. Essa aberração só teria fim em 1942, quando o governo brasileiro, finalmente, entendeu a monstruosidade do nazismo e aliou-se aos Estados Unidos, à Inglaterra e à União Soviética contra Hitler.

Não existe nada de anormal em um Ministério de Relações Exteriores alinhar-se ao núcleo do governo e sua ideologia. A política externa é uma continuação da política interna. Isso não é uma deformação brasileira. É universal. Nos Estados Unidos, as relações exteriores são conduzidas pelo Departamento de Estado. O nome diz tudo sobre a necessidade de alinhamento automático e disciplinado da diplomacia com o poder central.

O extraordinário na diplomacia e em qualquer estrutura burocrática é a coragem individual de se insurgir contra a instituição quando ela está claramente equivocada.

MOÇAMBIQUE -- O embaixador Italo Zappa ajudou exilados a obter documentos apesar da proibição da ditadura militar brasileira (Foto: Marcos santilli)

Em momentos mais duros da ditadura militar, que durou de 1964 a 1985, o Itamaraty foi orientado a não prestar nenhum tipo de ajuda ou serviço a brasileiros inimigos do regime no exterior. Obviamente, era obrigatório no Itamaraty rebater como falsas quaisquer denúncias de tortura praticadas por agentes do governo contra insurgentes no Brasil.

Em um ato de insólita coragem, o diplomata Miguel Darcy de Oliveira, servindo na chancelaria brasileira em Genebra no começo dos anos 1970, entregava secretamente documentos comprovando abusos do regime à Anistia Internacional e à Cruz Vermelha. “Era importante fazer circular aquelas informações fora do país, onde havia liberdade de expressão”, lembra Oliveira.

Descoberto, foi convocado para uma reunião no Brasil. Oliveira foi preso no Palácio do Itamaraty. Passou quarenta dias incomunicável. Ao ser libertado, fugiu para o Chile e depois para a Suíça, onde viveu por dez anos como exilado político. Diz Oliveira: “Não se pode abdicar do direito de pensar com a própria cabeça em situações excepcionais”.

Quando o Brasil já saíra do período mais sombrio da ditadura, nos anos sob comando do general Ernesto Geisel, o embaixador Italo Zappa teve seu grande momento. O governo brasileiro ainda se recusava a conceder documentação oficial a exilados políticos, mas mesmo assim Zappa emitiu passaportes, oficializou casamentos e registrou filhos dos exilados. Nunca achou nada de mais o que fez e dizia ter apenas respeitado “direitos constitucionais”.

É vital para a saúde cívica das nações que os Rosa, Oliveira, Zappa e Saboia tenham a iniciativa de contrariar a máquina diplomática quando ela, no afã de agradar ao poder central, contraria os diretos constitucionais dos brasileiros ou se torna cega aos apelos humanitários.

Há três semanas, a coluna Radar de VEJA revelou que em 1980 Joaquim Barbosa, o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, se submeteu a uma prova oral no Instituto Rio Branco, porta de entrada para o Itamaraty. Joaquim tinha ido bem nos exames escritos, mas foi barrado depois da entrevista. O relatório do avaliador explicava que ele tinha uma “autoimagem negativa” e concluía que aquela característica “poderia parcialmente ter origem na sua condição de colored”. O episódio, até pela escolha da expressão em inglês “colored”, a forma oficial prevalente então na burocracia americana para definir uma pessoa negra, deixa transparecer que, mesmo veladamente, o Itamaraty era uma repartição que escolhia seus membros levando em conta a cor da pele.

Mas só o Itamaraty era racista no Brasil do começo dos anos 80? É difícil afirmar que sim. Os diplomatas apenas incorporaram um preconceito fortemente disseminado na sociedade brasileira e no governo naquele tempo. Isso é normal. O extraordinário seria se o avaliador tivesse se rebelado e admitido Joaquim Barbosa nos quadros da diplomacia brasileira.

Certamente o nome do avaliador seria conhecido, admirado e estaria ao lado de Saboia, Oliveira, Zappa e Rosa.

Fonte: Veja

Documentário retrata a relação de Guimarães Rosa com o nazismo

O diplomata de carreira foi vice-cônsul em Hamburgo entre 1938 e 1942. O filme Outro sertão, de Adriana Jacobsen e Soraia Vilela, adentra essa experiência




Filme conta período em que o escritor morou na Alemanha
O primeiro documentário da Mostra Competitiva é resultado de uma parceria das diretoras Adriana Jacobsen e Soraia Vilela. Ambas se debruçaram sobre período em que João Guimarães Rosa esteve diretamente exposto aos efeitos da Alemanha nazista. O diplomata de carreira foi vice-cônsul em Hamburgo entre 1938 e 1942. O filme adentra essa experiência. 

O longa é, para Adriana, uma novidade histórica. “O documentário trata de um assunto importante para a história do país e pouco conhecido do público em geral. É produto de longa pesquisa na Alemanha, no Brasil e em Israel, mostrando uma série de imagens e documentos inéditos que vão surpreender o espectador. O filme remonta, por meio de imagens e sons de arquivo, a atmosfera em Hamburgo nos anos 1940. Dividido em capítulos, Outro sertão aborda vários aspectos da vida do escritor e diplomata brasileiro em um período tão conturbado da história mundial”, diz a diretora. 

Soraia destaca outros aspectos, como testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas salvas graças a vistos emitidos pelo consulado brasileiro de Hamburgo na época, e belas e raras imagens de arquivo. “Além da cuidadosa trilha sonora assinada pelo duo O Grivo”, destaca Soraia. 

Ambas as diretoras têm proximidade com a Alemanha. Adriana estudou comunicação na Universidade Livre de Berlim e vive se dividindo entre o Brasil e a Alemanha. Soraia é jornalista graduada pela PUC (MG), mas estudou cinema na Universidade Humboldt de Berlim e, hoje, mora em Belo Horizonte.

A realização do documentário estendeu-se por quase uma década e as diretoras estão ansiosas para a exibição. “O Festival de Brasília é a plataforma ideal para a estreia de Outro sertão, por ser uma mostra de amplitude nacional. Esperamos que a divulgação em Brasília sirva para provocar debate e inspirar mais filmes históricos e biográficos”, diz Adriana.