terça-feira, 15 de abril de 2014

Chamadas para publicação

Chamada organizada pelo Grupo em Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea 



Crítica Cultural, publicação do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem/UNISUL
V. 9. n. 1: Música Popular Brasileira
Os textos propostos para as seções Dossiê, Entrevista e Resenha deverão ser encaminhados até o dia 15/04
Para as seções Artigos e Tradução, a revista mantém a acolhida de textos emfluxo contínuo.
Normas para submissão disponíveis em:

Polifonia, periódico do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (MeEL), do Instituto de Linguagens /Universidade Federal de Mato Grosso.
V. 21, n. 30: Dossiê: Licitações: o corpo e as artes
Prazo para submissões: 20/04
Mais informações: 

Outra travessia, Revista de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina
Número 17: “O ensaísmo breve latino-americano, aportes e suportes"
Submissões até o dia 20/04
Mais informações:

Lingüística y literatura, publicação do Departamento de Lingüística y Literatura de la Universidad de Antioquia
N. 66: La literatura en la lingüística e la lingüística en la literatura
Prazo para envio de contribuições: 21/04
Mais informações:

Ipotesi, publicação da Universidade Federal de Juiz de Fora
Volume 18, n. 2, jul./dez. 2014: Literatura comparada: interdisciplinaridade e estudos culturais
Prazo para entrega das contribuições: 25/04
Mais informações no site:

Caderno Seminal Digital
Número 21: Homorrepresentações ficcionais
Prazo para submissões: 27/04
Mais informações:

Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea, publicada pelo Setor de Literatura Brasileira e pelo Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas da UFRJ.
N.11: São aceitos trabalhos dedicados à poesia e à prosa nacionais de nosso tempo.
Os escritos poderão ser enviados até 30/04.

O eixo e a roda: revista de literatura brasileira, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da UFMG.
Vol. 23, n. 2: recebe estudos críticos, analíticos e/ou comparativos de textos e autores que tenham Minas Gerais como “espaço literário” de origem ou tema de obras.
Prazo para envio de colaborações: 30/04
Mais informações: 

Contexto, revista do Programa da Pós-Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo.
Número 26 (2014/2): Narrativa contemporânea nos países africanos de língua portuguesa.Recebe artigos até: 30/04
Os trabalhos devem ser enviados para o e-mail revistacontexto.ppgl@gmail.com
Além de trabalhos atrelados aos dossiês, recebe artigos de temática variada na área de Estudos Literários.
Mais informações: 

Norte@mentos, revista do Curso de Letras e do Núcleo Manuel Cavalcanti Proença, da UNEMAT, Campus de Sinop
Prazo para submissão de artigos e resenhas inéditos: 30/04
Mais informações: 

Muitas vozes, revista do Programa de Pós-Graduação em Linguagem, Identidade e Subjetividade, da Universidade Estadual de Ponta Grossa
Dossiê nº 3, vol. 1 da revista – Identidade indígena. Prazo para envio de artigos: 30/04
Mais informações:

Navegações, Revista de Cultura e Literaturas de Língua Portuguesa, do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS, e do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa.
Aceita artigos para as seções: Ensaios; Entrevistas/Documentos; Recensões. Prazo para envio de contribuições: 30/04
Mais informações:

Todas as Musas, revista de Literatura e das Múltiplas Linguagens da arte
N. 11: Cem Anos de Júlio Cortázar
Submissões até: 05/05
N. 12: Cem anos da Revista Orpheu
Submissões até: 10/11

Darandina revisteletrônica, publicação do PPG Letras: Estudos Literários da Universidade Federal de Juiz de Fora.
13ª ed.: “Margens do Atlântico: diálogos luso-brasileiros nos séculos XX/XXI”.
Prazo para submissões: 16/05

Guavira Letras, revista do PPG-Letras Mestrado e Doutorado da UFMS, Câmpus de Três Lagoas
Prazo para submissões:
N. 18: 16/05
N. 19: 16/09
N. 20 (Dossiê Literatura e cinema de resistência: os 50 anos do golpe civil-militar de 1964): 16/03/2015
A Guavira Letras publica, além de um Dossiê Temático a cada edição (os temas de 2014 não foram informados), entrevistas com autores (ficcionistas e poetas), professores e estudiosos da literatura, seção com artigos de tema livre e seção de resenhas de obras lançadas nos últimos três anos.

Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, publicação semestral do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (UnB/CNPq)
Seção temática: Literatura e Estudos Culturais
A revista conta também com uma seção de tema livre, em que são publicados artigos de diversas abordagens sobre a literatura brasileira contemporânea. Há ainda espaço para resenhas de obras de ficção, poesia, crítica literária e teoria literária publicadas nos últimos 24 meses.
O prazo final para o envio de artigos para a seção temática é 30 de maio de 2014.
As colaborações para as demais seções são recebidas em fluxo contínuo. 

Nonada – Letras em revista, publicação semestral do Curso de Letras - Graduação e Programa de Pós-Graduação - do Centro Universitário Ritter dos Reis
Dossiê Opressão e resistência: literatura, artes e cultura em tempos de ditadura
A submissão poderá ser feita ate 30/05, no endereço

Colineares, publicação semestral do Departamento de Letras Vernáculas da Faculdade de Letras e Artes (FALA), campus de Mossoró, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
A Revista Colineares é atemática. O periódico é divido em três seções:Nossas Letras é a seção a se dirigir os artigos das áreas de Linguística e de Linguística Aplicada; Belas Letras volta-se a estudos da área de Literatura; eTantas Letras destina-se a pesquisas com línguas estrangeiras, segundas línguas e línguas adicionais.
Prazo para submissões (N. 2): 31/05

Abril, Revista do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana (NEPA) da UFF
Número 13: Infância e Pós-colonialidade
Prazo para submissões: 31/05
Mais informações: http://www.uff.br/revistaabril/

Revista Linguagem & Ensino, periódico científico semestral publicado pelo Programa de Pós Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas
Tema: Linguagem, Sociedade e Tecnologia
Submissão de artigos: 20/06

Revista ECO-PÓS, revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da UFRJPróximos números:Vol.17.2 (2014). Transformações do visual e do visívelPrazo para envio de textos: 20/06Vol. 17.3 (2014). Comunicação e gostoPrazo para envio de textos: 19/09Leia mais em: http://www.pos.eco.ufrj.br/ojs-2.2.2/index.php?journal=revista&page=announcement&op=view&path[0]=1

Palimpsesto, revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ
N. 18: “O humor no universo literário: o riso como instrumento”
N. 19: "O humor da língua"
Prazo para submissões: até 29/06

Via Atlântica, publicação da Área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da USP
N. 26: Literatura, cultura e juventude
Prazo para submissões: 30/06


Signótica, Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Faculdade de Letras – UFG
Volume 25, número 2, exclusivamente dedicado aos Estudos Linguísticos.
Prazo máximo: 01/07
Submissões apenas pelo site http://www.revistas.ufg.br/index.php/sig, onde estão disponibilizadas as normas de publicação.

Aletria, Revista de Estudos de Literatura (UFMG).
Dossiê: Literatura e Fotografia. Prazo para recebimento de colaborações:01/07
Diretrizes para autores: http://goo.gl/OhFfuc

Desenredo, revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo
V. 10, n. 2, jul./dez. 2014: Leitura, produção discursiva e multimodalidade
Prazo para submissões: 08/08

Signo, revista do PPGLetras e do Dep. de Letras da Universidade de Santa Cruz do Sul, RS.
Volume 39, número 67: Linguística cognitiva
Prazo para submissões: 11/08

Manuscrítica, revista editada em parceria pela direção da Associação de Pesquisadores em Crítica Genética (APCG) e pelo Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).
N. 27 - "Crítica genética comparada"
Data limite: 31/08

Alea: Estudos Neolatinos, publicação do Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas, Faculdade de Letras – UFRJ
n 17/1(janeiro/ junho 2015): Jacques Derrida: Relances
Envio até 15/09

Landa, revista do Núcleo Juan Carlos Onetti de Estudos Literários Latino-americanos, da Universidade Federal de Santa Catarina
2014/2: Antropocentrismo em questão: revisitando a fronteira natureza/cultura
Prazo para submissões: 21/09Mais informações: http://www.revistalanda.ufsc.br/index.html


Entrecaminos, revista eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Recebe contribuições em fluxo contínuo tanto em português quanto em espanhol, referentes às seguintes seções: Artigos, Ensaios, Resenhas, Traduções e Criação Literária 

Veredas, revista da Associação Internacional de Lusitanistas.Aceita originais relacionados com qualquer aspecto da língua e das culturas lusófonas, especialmente aqueles que adoptarem uma perspectiva inovadora e interdisciplinar.Os trabalhos devem ser enviados por e-mail para: revistaveredas@gmail.com ou veredas@lusitanistas.net Normas e outras informações:http://www.lusitanistasail.org/publicacoes/revista-veredas.html

Millenium, revista do Instituto Politécnico de Viseu (Portugal).Recebe artigos de tema livre em fluxo contínuo.Contato: millenium@ipv.pt e mjesus@esev.ipv.pt Normas para apresentação dos trabalhos:http://www.ipv.pt/millenium/documentos.htmInformações: http://www.ipv.pt/millenium/

DLCV - Língua, Linguística & Literatura, revista da Universidade Federal da Paraíba.Recebe artigos em fluxo contínuo.Informações e normas: http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/dclv/index Contato: dlcv.revista@gmail.com

ArReDia, publicação da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras da Universidade Federal da Grande Dourados.Submissão de trabalhos em fluxo contínuo.Informações e normas: http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/arredia

Revista do GEL, publicação semestral do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo.
Tem por finalidade divulgar resenhas e artigos, originais e inéditos, de interesse das áreas de Letras e Linguística.
Recebe contribuições em fluxo contínuo.
Mais informações: http://revistadogel.gel.org.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Adorno, Arendt, Benjamin e Habermas – 37 obras para download



Theodor Adorno, Hannah Arendt, Walter Benjamin e Jürgen Habermas

Google Drive:


uTorrent (clique em “Get This Torrent”):


Caso o site acima não esteja acessando, clique nesta pasta onde encontra-se todos os torrents:


ADORNO, T. Anotações sobre Kafka in Prismas – crítica cultural e sociedade
ADORNO, T. As Estrelas Descem a Terra
ADORNO, T. Conceito de Esclarecimento
ADORNO, T. Dialética negativa
ADORNO, T. Educação e emancipação
ADORNO, T. Indústria Cultural e Sociedade
ADORNO, T. Introdução à Sociologia da Música
ADORNO, T. Mínima moralia
ADORNO, T. Notas de Literatura I
ADORNO, T. Teoria estética
ADORNO, T. Textos escolhidos – Os pensadores

ARENDT, Hannah. A Condição Humana
ARENDT, Hannah. Da Violência
ARENDT, Hannah. Los origenes del totalitarismo (em espanhol)
ARENDT, Hannah. O que é política?
ARENDT, Hannah. O significado em revolução. In ‘Sobre a revolução’
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo
ARENDT, Hannah. Reflexões sobre little rock

BENJAMIM, W. A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica
BENJAMIN, W. A Modernidade e os Modernos
BENJAMIN, W. Diário de Moscou
BENJAMIN, W. Discursos interrumpidos I – Filosofía del arte y de la historia
BENJAMIN, W. Documentos de cultura, documentos de barbárie
BENJAMIN, W. Ensaios Reunidos – Escritos Sobre Goethe
BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política
BENJAMIN, W. O Iluminismo visionário
BENJAMIN, W. Obras Escolhidas, Vol. 1 – Magia e Técnica, Arte e Política
BENJAMIN, W. Obras Escolhidas, Vol. 2 – Rua de Mão Única

HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 1
HABERMAS, J. Direito e democracia, vol. 2
HABERMAS, J. O Discurso Filosófico da Modernidade
HABERMAS, J. On the Logic of the Social Sciences
HABERMAS, J. Para a reconstrução do materialismo histórico
HABERMAS, J. Pensamento Pós-Metafísico – Estudos Filosóficos
HABERMAS, J. Técnica e Ciência Como Ideologia
HABERMAS, J. Verdade e Justificação – Ensaios Filosóficos
HABERMAS, J; RAWLS, J. Debate Sobre el Liberalismo Político

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Baixe 300 livros de humanas gratuitamente

Através do projeto “SciELO Livros”, as Editoras da Fio Cruz (Fundação Oswaldo Cruz), UFBA (Uni­versidade Federal da Bahia), Unesp (Universidade Es­tadual Paulista), e Fapesp (Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo) liberaram 300 livros, científicos e técnicos, para download.

Entre os formatos disponíveis para a leitura estão o ePUB e o PDF e podem ser baixados, na íntegra – de graça – neste link.

Entre as obras estão “Agonia da Fome”, ”Cultura letrada: literatura e leitura”, ”Enterrado vivo: identidade punk e território em Londrina”, ”Jovens, violência e escola: um desafio contemporâneo” e ”A trajetória da democracia socialista: da fundação ao PT”.

Boa leitura.

Fonte: Catraca

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Diplomatas que puseram sua vida e carreira em risco para seguir a consciência




EM HAMBURGO Aracy, mulher de Guimarães Rosa, auxiliou judeus a fugir da Alemanha nazista (Foto: Acervo família Tess)

Reportagem de Nathalia Watkins, publicada em edição impressa deVEJA

O BEM QUE FAZ O FATOR HUMANO


Eduardo Saboia junta seu nome ao de admiráveis diplomatas que puseram sua vida e carreira em risco, desobedecendo ao governo para seguir o que sua consciência ditava



“Um diplomata é um sonhador e eu jamais poderia, por isso, ser um político que vai praticando atos irracionais. Talvez eu seja um político, mas desses que só jogam xadrez quando podem fazê-lo a favor do homem. O político pensa em minutos. Eu penso na ressurreição do homem”, disse João Guimarães Rosa, o autor de Grande Sertão: Veredas, livro que a presidente Dilma Rousseff está sempre relendo e cujas passagens mais marcantes ela sabe de cor.

Rosa, morto em 1967, serviu como cônsul adjunto do Brasil em Hamburgo de 1938 a 1942, o auge do poder nazista na Alemanha. A experiência nesse período deu-lhe a medida exata da missão humanitária da diplomacia.

O escritor e a chefe da seção de passaportes do consulado, Aracy Moebius de Carvalho, com quem se casaria, contrariaram o governo brasileiro e ajudaram incontáveis famílias de judeus a escapar da morte nos campos de concentração de Adolf Hitler. Aracy morreu em 2011, aos 102 anos, deixando uma lição de independência que faz dela talvez a brasileira universalmente mais respeitada e admirada.

Aracy desafiava a obrigatoriedade de marcar com “J” os passaportes dos judeus. Ela ludibriava o cônsul juntando as autorizações de visto com o resto da papelada que o cônsul deveria assinar.

Guimarães Rosa tomou conhecimento do esquema e a apoiou. Abrigou judeus em sua casa, transportou outros para países vizinhos escondidos no carro consular e cuidou de seus pertences, que, de outra forma, seriam confiscados pelos nazistas. Aracy e Guimarães Rosa foram investigados pelas autoridades do Brasil e da Alemanha.

O governo Getúlio Vargas tinha simpatia pelo fascismo e era antissemita. A máquina diplomática seguia à risca os desejos do dono do poder na era Vargas. Em junho de 1937 o Ministério de Relações Exteriores emitiu uma resolução secreta que restringia a entrada de “semitas” no país. Essa aberração só teria fim em 1942, quando o governo brasileiro, finalmente, entendeu a monstruosidade do nazismo e aliou-se aos Estados Unidos, à Inglaterra e à União Soviética contra Hitler.

Não existe nada de anormal em um Ministério de Relações Exteriores alinhar-se ao núcleo do governo e sua ideologia. A política externa é uma continuação da política interna. Isso não é uma deformação brasileira. É universal. Nos Estados Unidos, as relações exteriores são conduzidas pelo Departamento de Estado. O nome diz tudo sobre a necessidade de alinhamento automático e disciplinado da diplomacia com o poder central.

O extraordinário na diplomacia e em qualquer estrutura burocrática é a coragem individual de se insurgir contra a instituição quando ela está claramente equivocada.

MOÇAMBIQUE -- O embaixador Italo Zappa ajudou exilados a obter documentos apesar da proibição da ditadura militar brasileira (Foto: Marcos santilli)

Em momentos mais duros da ditadura militar, que durou de 1964 a 1985, o Itamaraty foi orientado a não prestar nenhum tipo de ajuda ou serviço a brasileiros inimigos do regime no exterior. Obviamente, era obrigatório no Itamaraty rebater como falsas quaisquer denúncias de tortura praticadas por agentes do governo contra insurgentes no Brasil.

Em um ato de insólita coragem, o diplomata Miguel Darcy de Oliveira, servindo na chancelaria brasileira em Genebra no começo dos anos 1970, entregava secretamente documentos comprovando abusos do regime à Anistia Internacional e à Cruz Vermelha. “Era importante fazer circular aquelas informações fora do país, onde havia liberdade de expressão”, lembra Oliveira.

Descoberto, foi convocado para uma reunião no Brasil. Oliveira foi preso no Palácio do Itamaraty. Passou quarenta dias incomunicável. Ao ser libertado, fugiu para o Chile e depois para a Suíça, onde viveu por dez anos como exilado político. Diz Oliveira: “Não se pode abdicar do direito de pensar com a própria cabeça em situações excepcionais”.

Quando o Brasil já saíra do período mais sombrio da ditadura, nos anos sob comando do general Ernesto Geisel, o embaixador Italo Zappa teve seu grande momento. O governo brasileiro ainda se recusava a conceder documentação oficial a exilados políticos, mas mesmo assim Zappa emitiu passaportes, oficializou casamentos e registrou filhos dos exilados. Nunca achou nada de mais o que fez e dizia ter apenas respeitado “direitos constitucionais”.

É vital para a saúde cívica das nações que os Rosa, Oliveira, Zappa e Saboia tenham a iniciativa de contrariar a máquina diplomática quando ela, no afã de agradar ao poder central, contraria os diretos constitucionais dos brasileiros ou se torna cega aos apelos humanitários.

Há três semanas, a coluna Radar de VEJA revelou que em 1980 Joaquim Barbosa, o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, se submeteu a uma prova oral no Instituto Rio Branco, porta de entrada para o Itamaraty. Joaquim tinha ido bem nos exames escritos, mas foi barrado depois da entrevista. O relatório do avaliador explicava que ele tinha uma “autoimagem negativa” e concluía que aquela característica “poderia parcialmente ter origem na sua condição de colored”. O episódio, até pela escolha da expressão em inglês “colored”, a forma oficial prevalente então na burocracia americana para definir uma pessoa negra, deixa transparecer que, mesmo veladamente, o Itamaraty era uma repartição que escolhia seus membros levando em conta a cor da pele.

Mas só o Itamaraty era racista no Brasil do começo dos anos 80? É difícil afirmar que sim. Os diplomatas apenas incorporaram um preconceito fortemente disseminado na sociedade brasileira e no governo naquele tempo. Isso é normal. O extraordinário seria se o avaliador tivesse se rebelado e admitido Joaquim Barbosa nos quadros da diplomacia brasileira.

Certamente o nome do avaliador seria conhecido, admirado e estaria ao lado de Saboia, Oliveira, Zappa e Rosa.

Fonte: Veja

Documentário retrata a relação de Guimarães Rosa com o nazismo

O diplomata de carreira foi vice-cônsul em Hamburgo entre 1938 e 1942. O filme Outro sertão, de Adriana Jacobsen e Soraia Vilela, adentra essa experiência




Filme conta período em que o escritor morou na Alemanha
O primeiro documentário da Mostra Competitiva é resultado de uma parceria das diretoras Adriana Jacobsen e Soraia Vilela. Ambas se debruçaram sobre período em que João Guimarães Rosa esteve diretamente exposto aos efeitos da Alemanha nazista. O diplomata de carreira foi vice-cônsul em Hamburgo entre 1938 e 1942. O filme adentra essa experiência. 

O longa é, para Adriana, uma novidade histórica. “O documentário trata de um assunto importante para a história do país e pouco conhecido do público em geral. É produto de longa pesquisa na Alemanha, no Brasil e em Israel, mostrando uma série de imagens e documentos inéditos que vão surpreender o espectador. O filme remonta, por meio de imagens e sons de arquivo, a atmosfera em Hamburgo nos anos 1940. Dividido em capítulos, Outro sertão aborda vários aspectos da vida do escritor e diplomata brasileiro em um período tão conturbado da história mundial”, diz a diretora. 

Soraia destaca outros aspectos, como testemunhos de pessoas que tiveram suas vidas salvas graças a vistos emitidos pelo consulado brasileiro de Hamburgo na época, e belas e raras imagens de arquivo. “Além da cuidadosa trilha sonora assinada pelo duo O Grivo”, destaca Soraia. 

Ambas as diretoras têm proximidade com a Alemanha. Adriana estudou comunicação na Universidade Livre de Berlim e vive se dividindo entre o Brasil e a Alemanha. Soraia é jornalista graduada pela PUC (MG), mas estudou cinema na Universidade Humboldt de Berlim e, hoje, mora em Belo Horizonte.

A realização do documentário estendeu-se por quase uma década e as diretoras estão ansiosas para a exibição. “O Festival de Brasília é a plataforma ideal para a estreia de Outro sertão, por ser uma mostra de amplitude nacional. Esperamos que a divulgação em Brasília sirva para provocar debate e inspirar mais filmes históricos e biográficos”, diz Adriana.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Um rato na biblioteca "Carta Capital"

Meu fascínio por biblioteca vem de longe, vem do tempo em que subia numa cadeira para escolher algum livro do meu agrado para roer com a voragem de principiante. Era a biblioteca do meu pai, a primeira que frequentei sem ainda ter noção do que fosse uma biblioteca, pois aquilo tinha cara de ambiente natural, apenas mais um cômodo da casa.
Mas a biblioteca do meu pai não era lá muito rica em literatura e, quando nos mudamos para Carazinho, norte do Rio Grande do Sul, tinha já roído tudo que havia para roer em casa, então desci da cadeira. Estava numa idade em que as ruas de uma cidade não me assustavam mais. Melhor ainda, nossa casa ficava a três quarteirões do prédio da prefeitura. Não me lembro de como descobri, o certo é que um dia me encontrei em uma sala daquele vetusto prédio conversando com a moça que ficava sentada atrás de uma escrivaninha, sobre a qual uma caixinha de madeira continha milhares de fichas.
A bibliotecária, depois de me fazer mil perguntas, de onde vinha, de que mais gostava, coisas assim, fez uma ficha onde escreveu meu nome, meu endereço, e registrou o primeiro livro que levei emprestado. Não, não me lembro qual foi. Só sei que Victor Hugo, Alexandre Dumas e outros cavalheiros que me foram apresentados passaram a fazer parte da minha família. Terminava de ler um livro e voltava lá. Não posso me esquecer do sorriso com que aquela moça me atendia, dando sugestões, fazendo perguntas sobre o livro anterior. Ficamos amigos.
Em seguida fui parar em uma escola de São Paulo como aluno interno. Ah, maravilha! Perdi o ano letivo, mas encontrei uma bibliotecária e um colega mais culto do que eu e foi assim que li praticamente todo o Alexandre Herculano e de quebra diversos livros do Paulo Setúbal. Machado e Alencar, a esta altura, me acompanhavam em minhas aventuras. Nesta época me deu vontade de escrever um romance com o estilo do José de Alencar. Aquelas descrições dele, das matas do Brasil, da poeira de sol sobre as copas das árvores me deixavam encantado. Cheguei a escrever o romance. Mas onde podem ter parado aqueles cadernos? Em Porto Alegre, naquele prédio antigo pintado de amarelo, ali perto do teatro São Pedro, comecei a modernizar minhas preferências. Alternava as retiradas de livros da biblioteca pública com as visitas à Livraria Globo, na rua da Praia. Sentava no corredor, entre as prateleiras e ficava lendo orelha de livros até encontrar algum que me desse vontade de comprar.
Foi nesse tempo que fui apresentado à 2ª Geração Modernista brasileira. E saber que se pode também escrever sobre as coisas do presente, sobre as coisas conhecidas, ah, isso me dava calafrios. O Erico Verissimo, falando de umas pessoas muito parecidas com meus parentes do interior, representou o dedo no gatilho. Dos meus primos, quem podia falar melhor do que eu?
Nunca mais consegui passar por uma biblioteca sem fazer uma reverência. Lugar sagrado, tabernáculo de conhecimento e beleza. E as livrarias (tão poucas no Brasil) foram sempre uma ameaça ao meu equilíbrio orçamentário. Não faz mal, ambas, livrarias e bibliotecas, são o outro mundo, muito mais rico, muito mais prazeroso do que o ramerrão do dia a dia.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Chamada para publicações - Revista Artefactum



CHAMADA DE ARTIGOS
Revista ARTEFACTUM (Qualis B) – Edição de FEVEREIRO 2014
Tema: AS METAMORFOSES E FRONTEIRAS REAIS E VIRTUAIS E AS PERFORMANCES DO CORPO NO CENÁRIO COTIDIANO.

Mais informações: Revista Artefactum

Imagem para capa da revista